Pernambuco possui uma bacia leiteira consolidada com uma produção de, aproximadamente, 1,8 milhões de litros de leite por dia. Investidores estrangeiros (no geral, Argentinos) já demonstram interesse no mercado de leite e derivados do Estado.
Estima-se para projetos que para cada 1L de leite produzido ou processado gera-se 1L de efluente na indústria brasileira (esse número costuma ser muito maior na realidade). Isso demonstra o tamanho do consumo de água nesse setor; sendo a higienização a maior responsável pela geração de “águas brancas” por estar envolvida em qualquer etapa do processamento, representando mais de 80% da demanda de água nestas agroindústrias (BRIÃO, 2007).
O tratamento desses efluentes por membrana é uma opção simples, de fácil operação, baixo consumo de energia e o concentrado ainda pode ser usado em subprodutos lácteos por possuir alto valor biológico (rico em proteínas e gorduras). Todavia, uma desvantagem é a ocorrência de fácil deposição de substâncias na superfície das membranas e a considerável fragilidade que as mesmas possuem. O reúso da água oriunda do tratamento vem como uma forma de reduzir esse enorme custo.
Abaixo, um diagrama mostrando os principais pontos onde os efluentes são gerados:
Os subprodutos da indústria de laticínios vêm sendo estudados há anos. Um deles é o soro do queijo, líquido remanescente da produção de queijo presente em grande quantidade e de baixo valor comercial, composto de proteína, lactose, hidratos de carbono, imunoglobulinas, sais minerais e gordura. Pela variação do tipo de queijo e da tecnologia utilizada no processamento do mesmo, a composição do soro e sua aplicabilidade variam. No que se refere à demanda energética, tal “rejeito” pode ser usado como matéria-prima para a fermentação realizada pela levedura Saccharomyces fragilis, gerando uma porcentagem de cerca de 3%-3,6% (em testes laboratoriais). Mostrando assim bom potencial para a produção em larga escala de etanol por meio de microorganismos.
Fonte: FolhaPE (Dez/16)
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